terça-feira, 12 de outubro de 2010

LESÃO DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR

A lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) é uma das lesões mais sérias e comuns em atletas. Envolve um dos mais longos períodos de incapacidade esportiva e sua recuperação leva em torno de seis meses, antes disso pode-se romper o ligamento novamente.
Diferente dos outros ligamentos (extra-articulares), o LCA é intra-articular, por isso não tem uma boa cicatrização. Quando a bainha sinovial do LCA se rompe, o sangue dilui na articulação e não consegue formar a camada de fibrina para dar início à reparação
O ligamento cruzado anterior é formado por duas bandas. Tem origem no côndilo femoral lateral e sua inserção no platô tibial medial. E durante a flexão do joelho o LCA roda 90º em torno dele mesmo.
O LCA restringe os movimentos de:
- Hiperextensão do joelho
- Translação anterior da tíbia
- Varo e valgo
- Rotação interna
O mecanismo clássico de lesão do LCA é de uma torção com o pé fixo no solo, o que provoca uma deslocação da tíbia anteriormente em relação ao fêmur. Porém outros tipos de traumatismos também podem levar a lesões do LCA, principalmente durante a prática esportiva.
O LCA pode ser lesado em toda a sua circunferência ou apenas parcialmente. As lesões parciais são freqüentes, pois levam a incapacidade temporária podendo ser estáveis e não havendo ruptura na sua evolução.
O diagnóstico correto de lesão ligamentar pode ser verificado por meio de uma anamnese e exame físico detalhado. Também são feitos alguns testes especiais para comprovar a lesão. Os testes mais conhecidos para LCA são: o de Lachman, o de Gaveta Anterior e Pivot Shift. Exames como radiografia e ressonância magnética auxiliam na comprovação da lesão ou fraturas no joelho. Uma deficiência do LCA permite o desenvolvimento de condutas baseadas em métodos operatórios e não operatórios para o tratamento.
Nas cirurgias o ligamento rompido é retirado e colocado outro, um enxerto, geralmente da mesma perna, tendões do semitendíneo e grácil ou ligamento patelar e é preso por pinos.
A cicatrização do enxerto ocorre da seguinte maneira:
Primeiro ocorre à fase de inflamação e necrose, seguida da fase de revascularização e repopulação de fibroblastos e por fim a fase de remodelamento. O enxerto possui corpúsculos que dão propriocepção do joelho no espaço.
O método conservador deve ser iniciado o mais rápido possivel, evitando a dor e a inflamação, restabelecendo amplitude de movimento e controle muscular contra novas agressões (recomendado a crioterapia, exercícios de flexo-extensão de joelho assistidos, alongamentos musculares e uso de muletas para descarga parcial de peso). Na fase crônica o início do tratamento é realizado após atingir as metas anteriores e inclui: treinamento muscular (cadeia cinética aberta e fechada), treinamento neuro muscular (proprioceptivo) e melhora da habilidade motora.
Já no tratamento pós-cirúrgico o objetivo da fisioterapia será:
- Diminuir edema e controlar a dor
- Ganho de ADM
- Fortalecimento (cadeia cinética fechada até 3 meses)
- Treino neuromuscular
- Agilidade
- Pliometria (capacidade de receber energia, absorver e transformar em movimento)
- Treino específico do esporte.
SINAIS DE ALERTA
- febre (pode ser infecção ou inflamação)
- joelho quente
- vermelhidão
- pus pela cicatriz (é grave, porém raro)
- dificuldade de ganhar movimento.
( Ft. Cilene muzzi )

Um comentário:

  1. Pus pela cicatriz pode ser o que? Fiz uma cirurgia de ombro tem uns 6 meses, depois de 1 mês abriu um buraquinho na parte superior da cicatriz e o mesmo sai pus diariamente. Fui ao médico e ele disse que é normal, que era para eu ir limpando com alcool e gases todos os dias quando sai-se o pus. È normal mesmo? O que o sr. me aconselha? Pois como o sr. colocou SINAIS DE ALERTA, - pus pela cicatris (é grave, porém raro, fiquei preocupado.
    Aguardo sua Resposta...
    Grato.

    Att.
    Flávio Rodrigues.

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